Quando fazemos tudo para que nos amem e não conseguimos, resta-nos um último recurso: Não fazer mais nada. Por isso, digo, quando não obtivermos o amor, o afeto ou a ternura que havíamos solicitado, melhor será desistirmos e procurar mais adiante os sentimentos que nos negaram. Não fazer esforços inúteis, pois o amor nasce, ou não, espontaneamente, mas nunca por força de imposição. Às vezes, é inútil esforçar-se demais, nada se consegue. Outras vezes, nada damos e o amor se rende aos nossos pés. Os sentimentos são sempre uma surpresa. Nunca foram uma caridade mendigada, uma compaixão ou um favor concedido. Quase sempre amamos a quem nos ama mal, e desprezamos quem melhor nos quer. Assim, repito, quando tivermos feito tudo para conseguir um amor, e falhado, resta-nos um só caminho... O de mais nada fazer.
sexta-feira, 24 de junho de 2011
Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo.
Minha alma tem o peso da luz. Tem o peso da música. Tem o peso da palavra nunca dita, prestes quem sabe a ser dita. Tem o peso de uma lembrança. Tem o peso de uma saudade. Tem o peso de um olhar. Pesa como pesa uma ausência. E a lágrima que não se chorou. Tem o imaterial peso da solidão no meio de outros.
Estou atrás do que fica atrás do pensamento. Inútil querer me classificar: eu simplesmente escapulo. Gênero não me pega mais. Além do mais, a vida é curta demais para eu ler todo o grosso dicionário a fim de por acaso descobrir a palavra salvadora. Entender é sempre limitado. As coisas não precisam mais fazer sentido. Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é possível fazer sentido. Eu não: quero é uma verdade inventada. Porque no fundo a gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro.
quinta-feira, 23 de junho de 2011
Eu errei e o que eu falo ou não, não importa mais, pois pra você também já tanto faz. Por tudo que eu fiz esqueça que eu errei e agora eu vivo pra me arrepender, de todo mal que eu fiz pra você. Será que é tarde para mim, dizer... Eu vou tentar acreditar que ainda não acabou, me iludir juntar cada pequeno caco que restou. Mas não há nada mais a fazer, a vida me fez aprender que todo ser humano errou e cada um deles pagou e eu vou pagar também, pagar completamente para que então no fim eu possa ser feliz, e sorrir novamente, e sofrer novamente...
Eu adoro te ver caminhar pelo quarto, iluminado pela luz que brilha em todo lugar e quando você fala, todo mundo pára pois eles sabem o que você está dizendo. O jeito que você protege seus amigos, querido, eu te respeito por isso. E quando você passa leva todos que te amam com você e eu adoro isto, não voe muito longe por mim. Você não precisa comprar uma chave de diamante, para abrir meu coração, você abriga minha alma. Você é meu fogo quando estou fria, eu quero que você saiba...
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